"Neurociências em beneficio da Educação. Diferentes olhares que se completam"
22-09-2015 19:01Texto Publicado em:
neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.pt/2014/07/o-que-e-mesmo-aprendizagem.html
Obrigado pelo excelente texto!
Graças ao avanço do conhecimento científico nomeadamente no campo da neuro psicofisiologia, cada vez mais se coloca a tónica na necessidade da estimulação e activação das diferentes partes do cérebro, assim como das diferentes partes do corpo, através da facilitação de uma aprendizagem diferenciada, significativa, plural, multimodal, multicultural, sistémica, assente em metodologias pedagógicas criativas, vivenciais, reflexivas, dinâmicas, cooperativas, interactivas, ecológicas, de transmissão de valores, na tentativa de se aceder a um ser humano integral, criativo, integrador, total. A aprendizagem assume assim um papel de grande importância ao estimular o maior número de experiências desafiantes, estimuladoras da imaginação e da criatividade, construtoras de novos sentidos e significados, que visam activar a capacidade cerebral, as suas diferentes habilidades e potencialidades, as suas diferentes inteligências e em consequência promover o desenvolvimento de todo o potencial do individuo. Podemos dizer que as diversas experiências irão influenciar o pensamento e este por sua vez irá influenciar o próprio conhecimento.
Lembramo-nos de Maturana e Varela, através da afirmação “conhecer é viver, e viver é conhecer”, a vida não pode assim ser separada do acto de conhecer assim como conhecer está directamente relacionado com a vida. Contudo, muitas das vezes ainda assistimos que o ensino-aprendizagem que vigora nas nossas escolas e universidades, é ainda aquele considerado como “educação tradicional”, apelidada de "educação bancária", por Paulo Freire, centrada na figura e postura expositiva do professor como detentor de todo o conhecimento, ocupando o aluno uma posição passiva de mero recipiente-acumulador de conhecimento.
Torna-se importante assim abandonarmos esta velha concepção e questionarmos o que queremos, em relação à aprendizagem, se uma educação onde impera o conformismo, que é caracterizada por ser reprodutora, baseando-se numa aprendizagem automática, instrumental, mecânica e repetitiva, que estimula e incentiva a memorização e acumulação de conhecimentos, advindo apenas da transmissão de conteúdos. Este tipo de aprendizagem não estimula nos alunos formas autónomas de pensar e agir, já que privilegia o pensamento racional, lógico e dedutivo, ao invés do pensamento indutivo, criativo e divergente. O nosso bem conhecido Sir Ken Robinson, tem defendido estas ideias sobre o tema “A Escola mata a criatividade”.
Vivemos numa era da complexidade, segundo Edagar Morin, marcada pelo avanço rápido no conhecimento técnico e científico, mas ao mesmo tempo marcada por uma grande incerteza, indeterminação, era do imprevisto, do caos, era da ambiguidade, da contradição, dos paradoxos, onde a certeza de hoje é a incerteza do amanhã. Para fazer face aos desafios e à incerteza do mundo actual, nesta época do conhecimento e da informação pela qual estamos passando, urge apelarmos a algo que dá pelo nome de criatividade. A criatividade surge como um conceito que cada vez mais urge ser conhecido.