Pensar fora da caixa

21-03-2013 15:38

 

      

  Trata-se de uma expressão cunhada por Edward De Bono (Médico e Psicólogo), referindo-se a uma outra forma de pensamento, pensamento lateral versus pensamento vertical, que implica pensar fora dos padrões convencionais, da lógica, quebrando paradigmas. Actualmente, numa época caracterizada por um avanço tecnológico e científico em que as transformações ocorrem a uma velocidade estonteante, já não é possível ficarmos agarrados à mesma forma de pensamento que tínhamos no passado e continuarmos a pensar e agir de forma tradicional, pois por si só não é suficiente para atender e fazer face aos problemas e solicitações que nos são exigidos nesta complexa Sociedade em que vivemos.

        Face a este panorama, temos de mudar as perspectivas e conceitos, temos de mudar a nossa percepção das coisas e da própria realidade. Temos de abandonar o conhecido rumo ao desconhecido, temos de escapar, libertarmo-nos da caixa, temos de mudar e reinventarmo-nos. Para isso temos de pensar de forma diferente, vendo e alcançando novas oportunidades, novas possibilidades, ampliando horizontes. Implica o fazer e pensar de forma diferente, criativa, inovadora e renovadora.

      

O primeiro passo, será então sair do local onde confortavelmente nos encontramos instalados, dentro da caixa, na nossa zona de conforto e segurança e pensar fora da caixa, para revelar novas soluções, novos caminhos, alternativas, que podem até existir dentro de nós, mas que não utilizamos. Ao sair da caixa, pensamos e agimos de forma diferente, inovadora, abandonamos velhos conceitos, convenções, restrições, inibições e regras Criamos novas relações, restruturamos as expectativas, estabelecemos novas interacções e conexões, criamos novos conceitos e ideias, reformulamos os antigos. 

 

        Assim nos reinventamos, transformamos e somos transformados. Implica um romper fronteiras, ousar, desafiar, questionar, explorar, confrontar, desafiar, partilhar ideias, conceitos e práticas. Desta forma, desenvolvemos novas ideias, um novo olhar sobre nós próprios e sobre a realidade, desenvolvemos o pensamento inusual, o pensamento lateral, encontrando novas soluções que promovam o desenvolvimento pessoal, profissional e social.

        Pensar fora da caixa, é pensar fora das limitações, restrições e dos condicionantes do quadrado, como uma zona fechada que tem de ser transposta, representativa do convencional, do lógico, linear e concreto.

        Segundo Edward de Bono, o pensamento pode ser classificado em Vertical e Lateral, sendo que o primeiro está directamente relacionado com o hemisfério esquerdo do cérebro, que é responsável pela concentração, análise, cálculo e também pela lógica. O pensamento lateral, está relacionado com o hemisfério direito do cérebro, que é responsável, entre outras coisas, pela criatividade, a abstracção e a imaginação.

      

        O pensamento lateral, diz respeito ao processo de provocar o cérebro para novas percepções, conceitos e ideias, sugerindo que nos foquemos na solução e não no problema em si. Não nos devemos importar com o tipo de resposta a que chegamos, pois pese embora possa parecer-nos estranha, absurda e diferente, contudo temos de acreditar que quanto maior for a quantidade de soluções e propostas, certamente desencadeará uma melhor qualidade, fugindo aos padrões convencionais e certamente terá maior valor.

        Segundo De Bono, um dos mitos da criatividade consiste na percepção errada que esta tem a ver com a arte, sendo os artistas as pessoas mais indicadas para desenvolverem estratégias para o ensino e o desenvolvimento da criatividade. O autor, refere-se à criatividade como sendo a capacidade de mudar conceitos e percepções, trata-se de uma forma de pensamento lateral que nem todos os artistas possuem, muitos deles pelo contrário, desenvolvem e muitas das vezes se fixam, num único estilo, não revelando flexibilidade para incorporarem outras formas, possibilidades de expressão.

        Para o autor, o pensamento criativo não se trata de um talento, mas sim é uma habilidade que pode ser estimulada, facilitada e desenvolvida. Criou um conjunto de exercícios e actividades para se estimular o cérebro, a forma de pensar, a criatividade, o pensamento lateral. Actualmente encontra-se muito difundido em todo o mundo, sendo utilizado nos vários campos de intervenção, o método dos seis chapéus de pensamento.

 

Referências

De Bono, E. (2005). Os seis chapéus do pensamento. Cascais: Editora Pergaminho, Lda.

Consultar:

Edward De Bono: cinturón negro en creatividad